Batimentos do meu coração...

cada batimento traz consigo um novo sentimento...

segunda-feira, setembro 18, 2006

A melhor coisa das histórias tirstes! Parte II

Olhava-te. Não te via.

Não me lembro da primeira vez que te olhei.
Era Inverno.
Olhei-te. Não te vi.

Quando chegou 2006, naquela festa, olhei-te com um desprezo estupidamente feminino.
Olhava-te. Não te via.

Era Primavera no calendário, Inverno no céu.
Debaixo daquela varanda choraste.
As lágrimas passaram-me ao lado. Assim como a chuva que caía naquela noite.
Olhava-te. Não te via.

Lembro-me da primeira vez que te vi...
Tinha começado o Verão.
Procuraste-me. Deste-te.
Ouviste a minha história.
Confortaste-me.
Contaste a tua história.
E foi aí que começou... Amizade!
Não te olhei. Vi-te!

Foste chegando... Tão sofrida e tão sábia.
Ensinaste-me coisas lindas.
Coisas boas.
Com a boca oferecias ajuda.
Com os olhos suplicaste por ela.
"O Universo é Perfeito pipa!"

...Habituei-me a ti.
Riamo-nos daqueles que nos faziam chorar...
E ficávamos, como ainda ficamos, até ser madrugada uma com a outra.
As duas.

E na festa... Sentadas no muro.
Disseste-me um coisa bonita.
Não esqueço.
"Eu adoro-te!".
Ficaste atrapalhada com o que disseste.
É isso que guardo da festa.

Vi-te diante dois caminhos.
Tentei dar-te binóculos...
Binóculos para veres os caminhos.
Olhei-te e rezei para que visses!
Encontraste a felicidade.
Fiquei feliz também.

Agora que o Verão acabou...
Não desistes de mim.
Com uma paciência quase mágica.
Ofereces energia.
Envias tranquilidade.
Obrigas-me a inventar força.
Sem pedir, exiges que veja!

Foi tudo tão rápido...
Agora vejo-te sem precisar olhar-te.


Não.
Não sou de ir em amizades microondas...
Para mim não funciona assim.
Cinco minutos e já está.
Não!
Tudo tem o seu tempo...
Não acredito nessas "amizades" feitas em cima do joelho.
Feitas à pressa. Como se não tivéssemos a vida inteira.
A vida inteira para "amizar"!

Sou mais do género forno a lenha.
Devagar. Ganhando sabor...
Passando por cada instante.
Conhecendo. Dando-se a conhecer.
Gosto que o carvão arda e a magia se espalhe.
Gosto das coisas com calma.
Maduras. Sinceras. Genuínas.
Autênticas como a amizade deve ser.

Não acho piada ao "faça você mesmo em apenas 8 minutos".
Não acho.
E não acredito.

Para mim tem que ser tudo preparado com muito carinho.
Calma.
Cada ingrediente na sua vez.
Gosto das cebolas que fazem chorar!

A vida ensinou-me a desconfiar de amizades rápidas e fáceis.
Tu fizeste-me contrariar os ensinamentos da vida.

Afinal é possível... Criámos uma amizade, muito depressa.
Muito intensa. Muito nossa. Só nossa.
Tão diferente, tão bebé mas já tão forte.
Tão recente mas tão estável.

Ocupaste um lugar vazio. Não mo pediste. Não to dei. Tornou-se teu!
Hoje agradeço, esse lugar era uma floresta. Pegaram-lhe fogo. Ficou vazio. Tu plantaste flores.

Gosto de ti!

O meu coração oferece flores ao teu!