Mansamente: Ovelha!

E rimos… Com prazer.
Mesmo que não seja engraçado: rimos.
Já rimos mesmo quando não temos nada para dizer.
Rimos sem sentido.
Rimos muito.
Rimos por um único motivo:
Porque temos vontade.
E dou por mim…E dou por ti…
Ali as duas a rir.
Porque nos divertimos juntas.

Não pergunto… Mas sei.
E tu sabes que sei.
Mas mesmo assim não dizes.
Não precisas dizer.
Nós não precisamos de palavras.
As palavras são para quem não se conhece.
Sei o que sentes pelo gesto.
Sabes o que sinto pelo olhar.
Nos sentimentos não precisamos de falar.
Eu olho para ti… E não preciso de perguntar.
Tu olhas para mim… E sabes.
È outra dimensão.
E não consigo escrever.
E não consigo explicar.
Porque não tem explicação.

E choramos… Sem vergonhas.
Sem medos.
Tu não me julgas.
Eu não te culpo.
Não tens medo do que eu vou pensar.
Não preciso fingir que sou outra.
Para ti não.
As minhas dores são as tuas angústias.
E o teu sofrimento é a minha mágoa.
Porque até os momentos menos bons partilhamos.

E descobrimos… Crescemos.
Inovamos.
Espetamos os dedos nos espinhos.
Cortamo-nos no vidro.
Mas descobrimos:
Agora sabemos que as rosas picam
E que o cristal pode partir.
Eu vejo uma mulher.
Tu já não olhas para a menina.
E inventamo-nos a nós próprias.
Agora eu sou mais eu.
Agora tu és mais tu.
Porque juntas crescemos.

E ás vezes só me apetece bater-te.
E ás vezes queres abanar-me.
Penso que posso ser a tua consciência.
Acreditas que me podes fazer ver a realidade.
Somos assim.
Podemos ser assim.
Sem medo.
É o amor… és minha irmã.
E nada do que possamos dizer muda isso.
E por isso podemos dizer.
Dizemos o que tem de ser dito.
Tu dizes o que eu preciso ouvir.
Mas ninguém diz.
Eu digo aquilo que ninguém diz.
Mas que tu precisas ouvir.
Somos assim.
Digo-te aquilo que para mim é ciência.
Para ti é luz e sombra…
Podemos ser assim.
Tentas abrir-me a mente.
Sem medos.
Sabes o que tens que dizer.
Dizemos porque gostamos.

E somos amigas…
Com todos os fragmentos do “eu”.
Por inteiro!
E somos amigas…
Com cada célula do nosso corpo.
De verdade!
E somos amigas…
Com toda a força electromotriz.
Intensamente!
E somos amigas…
Na memória a curto, médio e longo prazo.
Sempre!
E somos amigas…
Quando x tende para mais infinito.
Para sempre!

Sabes o quanto gosto de ti mémé?

O meu coração é teu amigo.